Bruno Bobone elogia a ousadia das empresas que optaram pela internacionalização e diz que este Governo trouxe esperança aos portugueses e isso fez com que trabalhassem mais, produzissem mais e comprassem mais.
- Textos Anabela Campos
A cumprir o segundo mandato à frente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), Bruno Bobone, não podia estar mais satisfeito. Reanimou a rede das Câmaras de Comércio portuguesas, e conseguiu chegar ao sétimo encontro internacional, realizado em Berlim, com um trunfo: o ambicionado reconhecimento das Câmaras de Comércio no exterior pelo Estado português.
Um selo de credibilidade que era aguardado há cerca de uma década por aquela que gosta de ser reconhecida como a AICEP privada. Frontal, o também presidente do Grupo Pinto Basto é duro nas críticas à EDP, defende o aumento de salários e a descida
de impostos e lamenta a dificuldade de acesso ao crédito e a falta de músculo financeiro da AICEP.
As empresas portuguesas, admite Bruno Bobone, estão com dificuldade de acesso ao crédito e isso está a asfixiá-las. “Os bancos não estão a emprestar dinheiro às empresas. Com isso matamos empresas em situação difícil mas que podiam desenvolver-se caso tivessem acesso a crédito. É uma asneira. A desculpa de que há novas regras para a banca impostas por Bruxelas não colhe. Vamos a Bruxelas discutir várias coisas, porque não discutimos esta questão”, frisa o empresário. “Parece haver a ideia de que Bruxelas pode decidir como irá ser o futuro da banca em Portugal, temos de nos revoltar contra isso. Não há razão nenhuma para que Bruxelas decida quantos bancos irá haver em Portugal e de quem serão”, acrescenta. Bobone admite que fica a impressão de que Bruxelas deu um empurrão para que a propriedade da banca portuguesa fosse espanhola, e isso é negativo. “Será mais difícil uma empresa portuguesa com dificuldades ser apoiada por um banco espanhol do que por um banco português.”